A importância que não merecem

Hoje em dia os benfiquistas, quando questionados sobre qual o seu maior rival, respondem inevitavelmente o clube regional do Norte.

Antes que venham para aqui dizer que o Porto não é um clube regional, pensem lá duas vezes. É que o Barcelona também é um clube regional.  Se calhar ser clube regional não é assim tão mau... adiante.

Porém discordo de grande parte dos benfiquistas. Nasci para o futebol na mágica noite de JVP onde vencemos o nosso verdadeiro rival por 6-3. Rivalidade é picar os sportinguistas na escola, isto com a bela idade de 7 anos. É gozar com o presidente do Sporting. É dizer que são um clube diferente para pior. É rir da sua única conquista europeia (aqui estamos em pé de igualdade, as nossas também fora a preto e branco). Por falar em conquista europeia, é gozar com a conquista de 3 golos em casa contra o CSKA. E ser gozado quando levámos 7 em Vigo. É crescer rodeado de benfiquistas, sportinguistas, e de putos que nunca ligaram a futebol mas que são do Porto porque era o campeão da altura. Mas sempre foi uma rivalidade a sério, um despique, e no fundo somos todos bons amigos e rimos das próprias desgraças.

Já com a colectividade do Norte isso nunca aconteceu. Um senhor que, usando como bandeira o anti-centralismo e a revolta regionalista contra a capital, consegue mover milhares de pessoas levando a que estas nutram um ódio inqualificável pelo Sport Lisboa e Benfica... não pode ser qualificado de rival. O Benfica é um clube desportivo. Não é o Governo de Lisboa. Não é a encarnação de José Sócrates em 11 elementos em campo.

Considerar o FC Porto o nosso maior rival é dar-lhes a importância que não merecem.