E aproveitar para apreciar não querem?

 

Agora andam na moda as discussões do melhor jogador português de sempre.

 

Ah é o Eusébio porque tem quase 1 golo por jogo na selecção, porque foi o melhor marcador do mundial de 66, porque era de Maputo, porque eu sou do Benfica e tenho de dizer que foi o Eusébio.

 

Nunca! É o Ronaldo porque já entrou na história do Real Madrid, na do Utd, da selecção, porque já bateu recordes, porque a Irina é muito melhor que a filha do Eusébio, porque eu sou do Sporting e tenho de dizer que foi o Ronaldo.
 

Não se vê logo que era o Futre? Porque fintava com os braços, porque só tinha pé esquerdo e mesmo assim partia-os todos, porque marcou um golão no Bernabéu numa final da Taça do Rei, porque fala meio espanhol meio português, porque tem uma discoteca, porque eu sou do Porto e tenho de dizer que foi o Futre.

Claramente foi o Figo, o Pastilhas. Que classe, carregou o Barcelona e até o Real dos Galácticos às costas. E aquele Euro 2000? Que categoria, que patilha, que mulher sueca mesmo boa.

 

 Todos temos gostos. Eu só vi, com olhos de ver, Figo e Ronaldo. Futre é uma memória bem distante e Eusébio só em vídeos. Figo, peseterismo à parte, transpirava classe, era um líder. Ronaldo é um fenómeno. Perdeu um bocadinho do encanto que tinha em Manchester para se transformar numa máquina estatística como nunca se viu e apenas acompanhado por um tal de Lionel.

 

Talvez por proximidade, por estar mais fresco, tenho tendência a optar por Ronaldo.

Todos temos o nosso melhor português de sempre, o nosso melhor do mundo, o nosso melhor de todos os tempos a nível mundial. Aproveite-se então para os vermos a todos jogar.

 

Em Portugal já tivemos Eusébio, Coluna, Chalana, Jordão, Oliveira, Gomes, Humberto Coelho, Ricardo Carvalho, Couto, Figo, Futre, Bento, Damas, João Pinto, Barbosa, Deco, Rui Costa, entre tantos outros. Uns vi jogar ao vivo várias vezes, outros na maioria das vezes foi na caixa mágica, outros só em vídeos do youutbe ou cassestes antigas.

 

Que se aproveite Ronaldo enquanto joga, da mesma forma que os nossos avós aproveitaram Eusébio e Coluna, da mesma que os nossos pais aproveitaram Chalana, Futre, Oliveira e Jordão ou que nós já aproveitámos João Pinto, Barbosa, Deco e Rui Costa.