16/03/15

Serviços mínimos

 
O Sporting jogou o que precisou para ganhar no Funchal. Tirando os primeiros 10/15 minutos, foi sempre melhor e fez sempre o que quis do jogo. A vitória até poderia ter sido mais larga, com um ou dois contra-ataques mal definidos, mas foi justa e nunca esteve em causa.
 
Muito se tem falado ao longo da época da debilidade dos centrais do Sporting. É óbvio que no início da época, Maurício e Saar abriam muito espaço, mas a equipa soube corrigir isso e as duplas mais recentes dão garantias. O problema está agora nas laterais.
 Num comentário no Norte de Alvalade, referi que não via com mais olhos as saídas simultaneas de Jefferson e Cédric. Porque não são assim tão bons, porque estão na altura ideal para renderem financeiramente e porque as alternativas nunca seriam muito caras.
 
O jogo de ontem serviu para reforçar a minha opinião. Pela amostra Ewerton é um Maurício ao contrário. Sereno, calmo e com alguma capacidade para sair a jogar. Ainda tem muito a referência ao homem, mas com trabalho e um maior entrosamento pode ser o central que tanto procurámos. O problema fica nas alas. Gostei do início de época de Esgaio, que me pareceu entender melhor as ideias que Marco Silva tem para o jogo, quer defensivamente quer ofensivamente. Cédric parece preso a um registo muito igual. Jefferson é o que sabemos, dos melhores laterais a atacar, mas dos mais medianos a defender.
 
Gostei também da calma de Rosell e da sua capacidade para ler o jogo. Não acho que seja o trinco normal, é algo mais que isso. Pela forma como lê o jogo, pelo que dá ofensivamente à equipa parece-me compatível com William num duplo pivot. João Mário será sempre a melhor opção para essa hipótese, mas Rosell tem qualidade. Faltam-lhe minutos.
 
Uma nota para a equipa B. Mais do que ter melhorado o processo de jogo da equipa, melhorou a sua gestão. Continuo a não achar que João de Deus é o homem certo para a função que se pretende (mais do que ganhar, formar), mas reconheço melhorias na equipa. Primeiro que tudo, há uma menor rotatividade, a equipa ganhou alguns automatismos e a sua qualidade facilmente lhe traz melhores resultados. Os vários empréstimos feitos em Janeiro ajudaram e abriram oportunidades para muita gente, como Gélson, Francisco Geraldes ou João Palhinha. Depois há Rubio. Muitos pedem já a sua presença na equipa A. Haja calma. Que continue a jogar e a marcar na B e fará a pré-época. Acho que ganhará um lugar no plantel a jogar como está, muito mais envolvido com os colegas, muito mais certo a decidir do que na primeira passagem.

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