20/03/16

A responsabilidade é toda nossa





Hoje o "bom momento" que vivíamos, dentro de campo, esfumou-se. A equipa não conseguiu jogar.
O Benfica mudou desde o início da época. Não, não foi o tempo que deram a Rui Vitória. Foram mesmo as ideias que o treinador tem para a equipa que mudaram. Não são brilhantes, a equipa não executa formidavelmente, mas Rui Vitória mudou e a equipa mudou, nem que fosse ligeiramente.

Ora sempre disse que achava (e acho, e espero enganar-me claro) que a longo prazo, na maratona do campeonato, não iria chegar. Hoje ia sendo um desses dias, e a responsabilidade seria toda nossa.
Quando as coisas correm menos bem, o Benfica abdica dos seus princípios, e começa a cair com facilidade num chutão para a frente. É preciso regularidade, e consolidar o que se faz bem. Jornada após jornada, durante 90 minutos. Jogar com o que se treina, e não entrar em parafuso quando as coisas saem menos bem.

No entanto, não posso esquecer nos onzes que Rui Vitória tem inventado, devido às lesões que a equipa tem tido. Não conseguimos repetir um 11, seja por lesões ou castigos, e quem é chamado não tem comprometido. Há meses atrás, Lindelof a titular seria sinal de calafrios. Rui Vitória lança os jogadores em campo, faz adaptações - e alguns quebram o rendimento, é certo - mas joga com o que tem e estamos em primeiro a 7 jornadas do fim. Nada está ganho, mas ninguém pode negar o mérito que tem nisto.

Semedo fez um jogo mau, e André Almeida também, por arrasto - tem jogado bem a lateral direito. Jimenez não se fixa, o Benfica não joga, as oportunidades não aparecem. A bola anda ali a saltar na área, mas não há ocasiões claras de golo. Lembro-me de uma defesa de Mika, na primeira parte.

Quando era miúdo ia ver muitos jogos do clube da terra, na 2ª B e na 3ª, com o meu avô. Dizia que não tinha clube, e quando insistia muito com ele, dizia que era do Belenenses. Para mim, ir ver um joguinho lá na terra, era para ver os brasileiros da equipa da casa, que tinha sempre dois ou três jogadores dessa nacionalidade. Tudo jogadores amadores, claro, que durante o dia ganhavam o seu dinheiro noutras profissões. No meu imaginário, e influenciado pelo que via na TV, um jogador brasileiro tinha obrigatoriamente de ser o melhor da equipa. O tipo com uma técnica incrível, que marcava golos que se fartava. Sem depender do físico, o brasileiro tinha de ser o romântico da equipa.

Hoje, aos 90 e tal minutos, Eliseu dá um chutão para a frente. Carcela (!) ganha de cabeça, e a bola sobra para o nosso brasileiro. Sem pressão, sem suar, sem ferver, toca com o pé mais fraco de primeira uma bola que vinha pelo ar, sem força, mas suficiente. E é a ele que devemos os 3 pontos de hoje.

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