25/05/15

Renovar com Jorge Jesus







Sou um defensor da continuidade de Jorge Jesus como treinador do Benfica. Acho que, se sair, não será por falta de vontade da direcção em renovar.

Jorge Jesus é bicampeão nacional e já conquistou 3 títulos de campeão à frente do Benfica. Foi a duas finais da Liga Europa, uma meia-final da mesma competição, conquistou 1 Taça de Portugal e umas quantas Taças da Liga.

Nestes anos, esquecendo os títulos, o bom futebol tem sido constante durante a maior parte das épocas. A grande pedra no sapato de Jorge Jesus é a prestação na Liga dos Campeões, passando só uma vez na fase de grupos. É algo a rever, e que não deixa ninguém satisfeito.

Com Jesus o Benfica está mais perto de vencer e com isto não quero dizer "2º lugar". O Benfica joga bem e joga para ganhar 99% dos jogos. Jesus conhece o campeonato português e sabe que não faz sentido jogar na retranca contra adversários muito mais fracos. Não tenho saudades do 4-2-3-1 em que ao intervalo, sem 1 remate feito, obrigava o Benfica a tirar um médio e a acrescentar um avançado.

De todas as épocas em que se falou na saída de Jesus, a única em que achei mesmo que era o melhor foi a de 2011/2012. A época que ficou mais na memória devido ao drama com que se perderam 3 competições foi a de 2012/2013 mas, na minha opinião, era impossível por em causa o trabalho que tinha sido feito. Uma das decisões mais difíceis da direcção do Benfica, e que se revelou acertada. Hoje, com um bicampeonato, é óbvio que Jesus é para ficar. Difícil foi renovar com o mister quando se perdeu tudo...

Os jogadores podem mudar, mas a ideia base de jogo da equipa é constante. Jesus trabalha um modelo de jogo colectivo sem depender de A ou B. Não se limita a confiar na qualidade individual dos jogadores e esperar que sejam estes a resolver. Uma orquestra afinada toca melhor do que muitos músicos isolados. São vários os casos de jogadores que julgámos serem de topo ou fora de série ao atravessarem óptimos momentos de forma no Benfica mas, ao saírem do clube, têm tido dificuldades em conseguir impor o seu jogo. Existem por aí diversos casos de dream teams com bons treinadores que confiam demasiado na qualidade individual das suas peças, e depois... 

Não conheço o relacionamento de Jesus com os jogadores a nível pessoal (apesar de se falar que não é o melhor), mas são muitos os casos de jogadores do Benfica, ou ex-jogadores, que o elogiam. Dá ainda mais que pensar quando jogadores que pouco jogaram o elogiam pelas suas capacidades enquanto técnico. Pessoalmente prefiro um general do que um amigo dos jogadores. Quando se gosta de um jogador diz-se que merece outro respeito do treinador, mas quando não se gosta usa-se o argumento de o tipo ganha milhões, só tem é de comer e calar.Veja-se o exemplo de Djuricic, que mal foi utilizado. Mais recentemente, Salvio pediu a renovação vitalícia. Pizzi, Gaitan, Júlio César, Jardel, Jonas, também pedem a renovação.

Cai o mito de só ganha ao pior Porto dos últimos 30 anos. Vitor Pereira, apesar de não ter um futebol atractivo, teve mérito em ser campeão. Este ano, depois de uma razia no plantel, e com um adversário a investir em boas individualidades, provou que consegue potenciar ao máximo os jogadores com base no colectivo. Alguém tem duvidas da qualidade do plantel do Porto? Mas o Benfica tinha melhor equipa.

E se Jesus sair? 
O Benfica não acaba, mas não vejo ninguém ao nosso alcance para nos dar o que Jesus dá. Títulos talvez, mas o futebol a que estamos habituados... duvido.
Gostava de um treinador estrangeiro por um lado; são um bocado malucos e vêm com coisas novas (um pouco à imagem do que Jesus fez, ao não jogar em 4-3-3). Mas por outro lado aparecem muitas vezes com a crista demasiado alta (assim de repente lembro-me de 2, do Benfica e não só) que se acham demasiado importantes para o campeonato português. Fazem boas prestações na Liga dos Campeões, mas ignoram o principal objectivo. 
A nível de treinadores portugueses... não sei, não faço mesmo ideia.

Há no entanto alguns pontos que não podemos ignorar.

1 - A aposta na formação (ou falta dela). E merece um post só sobre este assunto, em breve.

2 - As participações na Liga dos Campeões têm de ser melhores. Passar regularmente a fase de grupos é imperativo.





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