Há quem fale em melões, eu falo mesmo em murro na tromba. No futebol generaliza-se muito em relação ao que os adeptos fazem; nem todos os tripeiros são vândalos, nem todos os lagartos são anti-benfiquistas, nem todos os lampiões são estúpidos e festejam antes do tempo. Mas isso vai acontecer hoje e vai acontecer amanhã, há coisas que nunca mudam.
Pessoalmente, não festejei antes do tempo. Senti-me contente pelas importantes vitórias que tivemos frente ao Sporting e na Madeira, pois foram na realidade vitórias importantes. Também não marquei conferências de imprensa para marcar uma posição que de posição não tem nada, só tem de ridículo e de porem-se a jeito para depois, caso as coisas corram mal como correram… gozem com o Benfica.
Concordo com Jesus quando diz que perdemos o campeonato com o Estoril. Tal como já tinha dito, foi o único jogo em que senti a equipa a quebrar mesmo, mas só quando ficou com 10 jogadores. Não me sai da cabeça o golo que o Artur sofre, nem a estupidez do Carlos Martins.
Com o Chelsea acho que todos sabíamos que era altamente provável que perdêssemos. O Chelsea é o Chelsea, tem os nomes que tem, e nós por muito bem que andássemos a jogar (e já não andávamos assim tão bem) podia perfeitamente não chegar para os ingleses. E não chegou. Jogámos bem mas ninguém se vai lembrar disso. A sensação que vivi ao perder o 2º jogo decisivo consecutivo nos descontos é indescritível. Leva-nos a pensar que se Deus não pode ser assim tão cruel. Felizmente sou um homem religioso, mas a minha religião é só o Benfica.
Fiquei espantado coma reacção dos jogadores na final da Liga Europa. Mas contra o Moreirense senti mesmo a equipa em baixo. Mesmo sem grande jeito ganhámos o jogo, e era o que devia ter acontecido com o Estoril.
Em relação à renovação de Jorge Jesus, é indiscutível. O catedrático sentiu-se abananado (quem não ficava…) depois do que aconteceu em Amesterdão, e deixou-me algo preocupado. Pelos vistos tudo indica que vai renovar. E acho muito bem. O salto competitivo que o Benfica deu nos últimos 4 anos foi muito bom. Imagino estes 4 anos a viver com Quique Flores e companhia, a investir da maneira que temos investido no futebol e a acabar em 2º e 3º. Jesus recuperou a dignidade do Benfica. Faltam títulos, mas trouxe-nos quase de volta ao patamar que tantos apregoamos, que tantos recordamos com saudade, porque antigamente é que era e ganhávamos tudo, quando 90% das pessoas que dizem isto não se lembram do Benfica antes de 2000 e qualquer coisa… e que nunca viram o Benfica ser o gigante que realmente era. Com Jesus voltamos a estar mais próximos…
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