27/02/15

Outra vez os alemães


O Sporting chega ao fim da sua época europeia frustrado por duas equipas alemãs. Se a superiodade foi evidente contra o Schalke, contra o Wolfsburgo notou-se no mínimo uma igualdade de forças.

O Sporting entrou em jogo a tentar perceber o que fazer, a tentar empurrar mas sem saber como. Queria atacar, mas notou que tinha um peão no meio de duas torres. Demorou meia hora a perceber que não ia lá pelo ar, que tinha de ser pelo chão.

Foi o tempo que William demorou a aquecer para ser (mais uma vez) o melhor da noite. Afinal já é bom outra vez não é? O problema de William, e João Mário já agora, é que lhes falta um companheiro de sector. Adrien não está em forma, está desgastado, está a mais no 11. Eu sei que todos vão dizer que André Martins é curto, que é isto e aquilo. Eu gostava de o ver jogar mais vezes, mais vezes a par de João Mário, mais vezes com dois interiores do que com um falso 10. Domingo não será uma dessas vezes de certeza.

As oportunidades sucederam-se, mas o jogo acabou com um nulo. Porquê? Porque o Sporting tentou partir uma parede de tijolo com um martelo de marisco. Não perceberam? Porque Tanaka esteve quase 80 minutos em campo. Não digo isto pelas três oportunidades que falhou, mas sim pelo pouco que dá ao futebol da equipa em períodos muito alargados. Slimani e Montero dão soluções diferentes à equipa e complementares em certas ocasiões. Tanaka por enquanto não é jogador para mais de 10 minutos num jogo como estes.  Nem Slimani nem Montero são matadores, os seus números são prova disso. Mas têm algum instinto, alguma fixação pela baliza. Tanaka não. Chega a ser demasiado altruísta, não percebendo que em certas situações é mais útil à equipa que remate do que um passe para um companheiro. Há uns que querem sempre ser as estrelas, acham que o melhor para a equipa é marcarem os golos todos. Tanaka é o oposto.

O grande medo de toda a gente era a defesa. O quarteto defensivo fez o seu trabalho com competência, excepto na única ocasião que os alemães tiveram em Alvalade. No lance da bola ao poste de De Bruyne, Tobias não compensou a ausência de Paulo Oliveira e deixou a meia lua totalmente livre para o belga. Foi ao poste, podia ter dado golo. Foi uma "Mauriçada" que espero que não volte a repetir. Até do ponto de vista ofensivo foi um bom jogos dos centrais. Por mais do que uma vez tentaram jogar para a frente, em vez da habitual troca de passes entre um e outro ou com os laterais. Já arriscaram mais passes verticais, mais passes "à Garay" e menos balões "à Polga".

Que o Sporting no Dragão seja mais o Sporting que joga pelo chão e menos aquele que tenta resolver tudo pelo ar. Se já agora puder ser um Sporting que também joga pelo meio, é meio caminho andado para fazer o pleno.


1 comentário:

  1. Finalmente alguém que coloca o dedo na ferida: Tanaka não é jogador para liderar o araque do Sporting. Deixar Montero no banco e colocar Tanaka é, como hei-de dizer?, apenas estúpido. Com Montero desde início, com a qualidade do jogo interior que mostrámos provavelmente teríamos ganho. Subscrevo a posição em defesa de André Martins em detrimento deste desgastado Adrien. Tobias, Cedric e William - fabuloso - foram os melhores. Mas, sinceramente tanta bola dominada de frente para a baliza e tanta azelhice na hora de concluir. Ponham o Montero, porra.

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