De todas as finais europeias que presenciei, esta foi talvez a que me custou mais. Talvez também por ser a que está mais fresca na memória. Mas por ter sido nos penaltys, com todos os azares possíveis. Bruxedo?
Duas épocas seguidas extraordinárias do Benfica, onde vamos a todas as decisões até à última. Poucos títulos resultaram desses momentos, é verdade, mas acho que nunca se sentiu tanto "Benfica" no ar. Nos anos 90 andava tudo meio desligado futebol. É verdade. Até os que sempre apoiaram. Lidaram com muitas derrotas, insucessos, desgraças, e a malta acaba por acomodar-se um pouco. Tipo oh já sabia que iam perder. Não se deixa de ser do Benfica, mas lá dentro quase que não se liga ao futebol.
Nestas duas épocas, para não dizer desde que Jesus chegou, é impossível desligar do Benfica. O Benfica nestas duas épocas praticou bom futebol, deu espectáculo, entusiasmou como há muito não o fazia. Chegou às decisões. O ano passado não ganhou nada, este ano leva o Campeonato e a Taça da Liga, perdendo a Liga Europa, e tendo ainda para disputar a Taça de Portugal.
Quanto maior a subida, maior a queda. Ninguém se vai lembrar do Benfica que perdeu estas duas finais daqui a 2 anos. Nós, porém, vamos lembrar-nos daqueles 2 anos em que quase ganhámos tudo. Ou então (e assim o espero) daquele ano em que ganhámos tudo menos a Liga Europa.
Face às condicionantes do jogo de hoje, com lesionados e castigados, apresentou-se o melhor 11 possível. Infelizmente, e para juntar ao azar, lesionou-se Sulejmani. Jesus teve de inventar. E inventou bem, porque não me venham com Ivans Cavaleiros. Alguém confiava no gajo? Como Jesus não confiou e perdemos, pronto, vamos então criticar isso.
André Gomes hoje não foi o André Gomes do Porto. Deixa-me um bocado triste ver, de uma forma geral e não só neste caso, a reacção dos adeptos. O endeusamento precoce seguido do insulto fácil. O rapaz jogou mal, muito mal, verdade. Mas há limites para o que se diz.
Ver o desfecho deste jogo, as oportunidades falhadas, e ver que o Sevilha apenas nos venceu nos penaltys deixa um terrível amargo na boca porque dá vontade de pensar... e se tivéssemos o 11 todo disponível? Talvez o desfecho fosse outro. Talvez.
Tal como o golo de Kelvin, este ano esta derrota funciona como anestesia para o que falta disputar. Se o ano passado quase ninguém conseguiu estar entusiasmado com as duas finais pós-Dragão, este ano o Jamor também me parece que vá ser igual. Na nossa cabeça não, porque somos loucos da cabeça, mas acredito que em alguns jogadores que viveram estes últimos dois anos isto possa pesar.
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