24/01/16

Quando a cabeça quer, os pés acompanham


Não digo que tenha havido falta de empenho nos últimos dois jogos, a equipa até fez mais que suficiente para garantir duas vitórias. Diria que faltou um maior sentido de urgência, uma vontade de esmagar o adversário desde o primeiro minuto, tal como tinha acontecido nos três jogos anteriores.

Desde o primeiro minuto apareceu o Sporting dominador e que tem merecido a liderança do campeonato. O Sporting que, ao contrário das várias versões de Jesus no Benfica, quer atacar com rapidez, mas que a sabe refrear, retirando a bola do jogo em certos momentos.

Rui Patrício fez 0 defesas no jogo. Nunca o Paços foi capaz de ter bola ou de sequer fazer transições rápidas. O grande responsável por isto? William. Quando está bem é um porto seguro neste tipo de jogos. Contra uma equipa do Paços recuada e muito junta, William foi essencial a servir de pêndulo mais atrás, contando com Adrien para a pressão imediata após as perdas de bola. Foi graças a estes dois que os períodos em que a bola não passava do meio-campo do Paços se avolumaram e foram a nota dominante do jogo, particularmente na segunda parte.

A boa exibição da parelha do meio, soltou o artista na frente. Que jogo de João Mário! Mais um a juntar a uma grande época. Pelo meio, pela direita, pela esquerda, enche o campo de classe, decisões certas e de lances que aproximam a equipa do golo. É com alguma distância o melhor jogador português da Liga neste momento.  Mesmo com os golos de Slimani, foi o melhor em campo. A qualidade estava lá e Jesus está a fazer com que ela se mostre em todos os jogos.

Palavra também para Slimani, mais do que os golos notei muito o trabalho individual que Jesus falou em algumas entrevistas. Com a maior proximidade entre todos os jogadores, as decisões têm sido mais fáceis e Slimani tem decidido melhor, parecendo até mais inteligente a jogar. Ao nível técnico a diferença é ainda mais notória. Comparar o Argelino que aterrou em Lisboa em Agosto de 2013 e o actual ponta de lança do Sporting não faz sentido. A sua evolução a jogar, e até nos números, tem sido assombrosa e torna o Sporting uma equipa mais perigosa em qualquer jogo.

A única coisa negativa de ontem foi o golo sofrido. Pela forma como foi concedido, até por não termos permitido qualquer oportunidade de golo ao adversário, é daqueles que custa a sofrer.




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