31/12/15

O ano em que voltámos a ser Sporting

É se calhar uma frase muito forte ou para alguns desajustada, mas acho que se adequa bem ao ano que hoje termina.

O Sporting na sua génese é um clube vencedor, é um clube que disputa as competições onde está inserido com o objectivo máximo, vencer a prova.
2015 marca o regresso a esse desígnio pelo regresso do futebol aos títulos, a Taça e a Supertaça. É este o caminho que um clube como o Sporting tem de percorrer. Pode não ganhar sempre, mas tem de ganhar mais vezes e andar metido nas decisões até ao final.

31 de Dezembro de 2014 vs 31 de Dezembro de 2015

Há um ano atrás o Sporting seguia em 5º no campeonato a 10 pontos do líder Benfica. Este ano segue em 2º a 1 ponto do líder Porto, com o confronto de sábado em perspectiva.

Na Taça ainda se encontrava em prova, enquanto este ano já foi eliminado.

Na Europa chega à mesma fase da mesma competição por caminhos diferentes.

Na Taça da Liga tudo igual.

Ou seja, o Sporting está melhor no campeonato, pior na Taça e igual nas outras competições.

Acho que o balanço é positivo. Mesmo com a entrada de Aquilani e Bryan Ruiz (principalmente estes) que dão à equipa, as ausências de Nani e Carrillo retiram à equipa os seus dois melhores jogadores do ano passado sendo que apenas um deles pode ser substituido por Ruiz.

O Sporting é uma equipa muito mais segura defensivamente, sendo uma das melhores defesas do campeonato, enquanto ofensivamente apenas tem menos 2 golos marcados. Tendo em conta as ausências que já referi é um bom registo. O responsável por esta mudança? Pois, o cérebro.

Marco Silva tinha qualidades (especialmente visiveis nos primeiros 3 meses da época) a nível ofensivo, não montando muito bem a equipa a nível defensivo. Nenhum jogo estava verdadeiramente controlado porque a equipa não tinha um processo defensivo bem trabalhado e que desse garantias. A aposta em Naby Saar também não ajudou.
Ofensivamente a equipa até tinha boas ideias, mas rapidamente abdicou delas para tentar defender ligeiramente melhor. Voltou o tempo do chuveirinho para Slimani e o futebol do Sporting sofreu com isso, pese embora ter conquistado mais alguns pontos na segunda volta. O jogo do Jamor é um bom exemplo desses problemas defensivos. Acabou por valer a garra e a felicidade nesse dia.

Jorge Jesus é o oposto. Sabe trabalhar bem as equipas a nível ofensivo, mas é no processo defensivo que é mestre. Deixaram de ser 4 rapazes a defender para ser um bloco a defender de forma conjugada. A equipa hoje ataca e defende como um todo e isso nota-se. Querem perceber a diferença? Revejam os jogos contra o Benfica deste ano e revejam qualquer outro nos últimos 6 anos. Vão ver que a melhor equipa e a mais organizada é sempre a de Jesus. Sempre.

É esta diferença que acho que deixará o Sporting mais perto de poder ganhar o título este ano. Na parte controlada pelo treinador estou descansado, temos o melhor que anda por cá. Depois, lá dentro é com os jogadores. Nesse capítulo o Porto leva vantagem, porque lá dentro quem joga são os jogadores. A adição de Bruno César e a recuperação de Carlos Mané poderão atenuar estas dificuldades.

Quem 2016 seja o ano em que voltamos à rua para celebrar um campeonato!

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